Uma Trama Envolvente com Reviravoltas Inesperadas

Apesar de ter sido ambientado no Reino Unido no livro, o filme “A Garota no Trem” transplanta a ação para os Estados Unidos, mantendo a essência de um mistério psicológico que lembra “Garota Exemplar”. Lançado em 2015, o romance de Paula Hawkins rapidamente conquistou o topo da lista de mais vendidos do The New York Times e foi traduzido para 21 idiomas. A adaptação cinematográfica, dirigida por Tate Taylor, consegue recriar a atmosfera de suspense e a teia de mentiras, abuso e engano que prenderam os leitores.

A narrativa gira em torno de Rachel Watson (Emily Blunt), uma mulher que, após seu divórcio, passa os dias em um deslocamento diário para Nova York, observando a vida de casais em casas que avista do trem. Ela se apega a uma imagem idealizada de um casal em uma das casas, criando histórias sobre eles. A realidade, no entanto, se revela mais sombria quando ela percebe que a casa em questão pertencia a ela e seu ex-marido, Tom, agora vivendo com Anna, a mulher com quem ele a traiu.

A história se aprofunda nos problemas de alcoolismo de Rachel, flashbacks revelam como a dor de não conseguir engravidar e a subsequente violência quando embriagada levaram ao fim de seu casamento. A situação se complica ainda mais quando Rachel, em um estado alterado, testemunha algo chocante que a leva a se envolver em uma investigação quando uma das mulheres que ela observava desaparece.

Um Thriller que Deixa uma Marca Duradoura

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“A Garota no Trem” se destaca por desvendar gradualmente as camadas de uma história complexa. A protagonista, uma mulher profundamente falha, luta para convencer as autoridades e o mundo de que testemunhou algo crucial, mas seu passado e seus problemas de alcoolismo a tornam uma testemunha pouco confiável. A jornada de Rachel para recuperar suas memórias fragmentadas e provar sua inocência, enquanto a polícia investiga o desaparecimento e posterior morte de Megan, a mulher loira que ela observava, é o cerne do suspense.

O filme revela que, por trás da fachada de normalidade, o ex-marido de Rachel, Tom, é o manipulador e abusador que orquestrou a ruína de três mulheres: sua ex-esposa Rachel, sua atual esposa Anna e sua amante Megan. Ele não apenas a enganou com Anna, mas também a fez acreditar que era ela a causadora de seus próprios problemas. A descoberta de que Tom era o verdadeiro vilão, que traiu Anna com Megan e a matou quando ela engravidou, oferece um desfecho chocante e vingativo.

Emily Blunt Brilha em uma Performance Marcante

Emily Blunt entrega uma atuação poderosa como Rachel, sendo o coração pulsante do filme. Ela retrata com maestria os demônios de uma mulher atormentada, sua vulnerabilidade e a luta contra o alcoolismo, sem torná-la uma personagem facilmente simpática. A atriz consegue transmitir a raiva, a dor e a confusão de Rachel, tornando sua jornada cativante, especialmente quando as suspeitas recaem sobre ela.

Apesar de ter recebido críticas mistas e uma pontuação baixa no Rotten Tomatoes (44%), “A Garota no Trem” merece ser assistido pela performance de Emily Blunt e seu final surpreendente. O filme, que se manteve fiel ao material original, explora a psicologia complexa de sua protagonista e o impacto devastador de um homem manipulador. A história, repleta de reviravoltas e pistas falsas, é um suspense que, em retrospecto, deveria ter recebido mais reconhecimento, assim como o aclamado livro de Paula Hawkins.

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About The Author

By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho