A Ascensão Meteórica de Margot Robbie em “O Lobo de Wall Street”

Martin Scorsese, um nome sinônimo de cinema de qualidade, presenteou o público com “O Lobo de Wall Street”, um filme que, mesmo após 12 anos de seu lançamento, continua a ser um marco. Escrito por Terence Winter e dirigido por Scorsese, o longa conta com um elenco estelar que inclui Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie, Matthew McConaughey e Jon Bernthal. Após um hiato de dois anos, o filme retornou à Netflix em 1º de dezembro, tornando-se uma adição essencial para qualquer lista de filmes a serem vistos antes do fim de 2025.

Embora “O Lobo de Wall Street” possa não ser a obra-prima definitiva de Scorsese, é inegavelmente seu filme mais memorável. Baseado nas memórias de Jordan Belfort, um ex-corretor da Wall Street envolvido em fraudes, o filme é uma explosão R-rated com uma história real inacreditável e atuações fantásticas. Com uma bilheteria de US$ 407 milhões, um Globo de Ouro e indicações ao Oscar e ao BAFTA, o filme permanece imperdível.

O Papel Que Definiu Uma Carreira

Margot Robbie entregou uma performance pequena, mas poderosa, em “O Lobo de Wall Street”. Embora não fosse uma novata completa, o papel de Naomi Lapaglia foi o que a catapultou para a fama universal. Nascida em Queensland, a atriz e produtora australiana iniciou sua carreira na Austrália, passando por comerciais e filmes de baixo orçamento, até conseguir um papel na novela australiana “Neighbors”. Após três anos de reconhecimento, Robbie mudou-se para os Estados Unidos, onde atuou na série “Pan Am”.

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Em “O Lobo de Wall Street”, Robbie interpretou Naomi Lapaglia, uma designer de lingerie com quem Jordan Belfort (DiCaprio) se envolve enquanto ainda é casado. Com um sotaque nova-iorquino impecável, timing cômico seco e a aparência de uma estrela de cinema, Robbie cativou o público instantaneamente. Ela se manteve firme diante de um gigante de Hollywood com uma confiança que a tornou o centro das atenções em um filme com um elenco brilhante.

Uma Performance Poderosa e Complexa

A personagem de Lapaglia é retratada com uma linguagem corporal calculada e uma atenção medida, seduzindo Belfort com seu charme. Robbie habilmente transforma um papel que poderia ser apenas o de uma “esposa troféu” em alguém com um poder sutil, mas inegável. Inicialmente, sua personagem é reservada e controlada em meio a um turbilhão de exuberância, mas à medida que o relacionamento com Belfort se desenvolve, ela percebe o monstro por trás do glamour. A cena de confronto no quarto do bebê, onde ela confronta Belfort sobre suas infidelidades, é um dos momentos mais memoráveis, demonstrando a evolução de Naomi de forma cativante.

Margot Robbie compreendeu perfeitamente a psicologia de sua personagem e a retratou com a desenvoltura de uma atriz muito mais experiente. Mesmo com atuações de Leonardo DiCaprio e Matthew McConaughey, Robbie conseguiu transformar sua personagem em um ícone cultural, graças à sua fisicalidade e magnetismo.

“O Lobo de Wall Street”: Uma Obra Distinta de Scorsese

O filme de 2013 sobre a vida de Jordan Belfort exigiu uma abordagem única. Embora aborde temas recorrentes na obra de Scorsese como ambição, corrupção, crime e vícios, o diretor elevou esses temas a um novo patamar. Em vez de apenas criticar o excesso, Scorsese mergulhou na extravagância com representações extremas de devassidão para imergir o espectador na vida de Belfort em seu auge. “O Lobo de Wall Street” é o filme mais maximalista de sua filmografia, com um ritmo frenético e uma edição vertiginosa que criam um sonho febril, quase como estar dentro do cérebro viciado em dopamina de Belfort. O filme é uma sátira pura que aborda o Sonho Americano e o capitalismo com uma crítica contundente.

Apesar das críticas sobre a possível glorificação das fraudes, “O Lobo de Wall Street” é, em sua essência, uma crítica ao capitalismo. A perspectiva de Belfort é a única apresentada, o que levou a críticas de que o sofrimento das vítimas reais foi transformado em entretenimento. No entanto, o espectador atento percebe que o filme é uma crítica ao excesso e à ganância, e não uma celebração de Jordan Belfort.

O Legado de Robbie Após o Sucesso

Após o sucesso estrondoso de “O Lobo de Wall Street”, Margot Robbie chegou a considerar deixar Hollywood devido à intensidade da fama. No entanto, com o incentivo de sua mãe, ela continuou sua carreira, alcançando novos patamares. Robbie estrelou em uma variedade de papéis, desde Harley Quinn nos filmes da DC Comics até Tonya Harding em “Eu, Tonya”, Rainha Elizabeth I em “Maria Rainha dos Escoceses”, Sharon Tate em “Era uma Vez em Hollywood” e Nellie LaRoy em “Babilônia”.

Seu papel mais notável após Naomi Lapaglia foi como a icônica Barbie, em um filme dirigido por Greta Gerwig. “Barbie” foi uma celebração da feminilidade com uma história surpreendentemente engraçada e introspectiva, universalmente aclamada. Robbie atuou como atriz principal e produtora, causando um grande impacto na cultura pop. Apesar de sua agenda repleta, Robbie tem escolhido papéis que contam histórias mais significativas e focadas em personagens femininas. “O Lobo de Wall Street”, embora centrado em crime e excesso, foi enriquecido pela presença terrena de Robbie, adicionando uma camada cômica única. Com o filme agora disponível na Netflix, não há desculpa para não revisitar este marco cinematográfico.

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By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho