Leica em 2025: Uma Análise Detalhada dos Lançamentos de Câmeras, Lentes e Edições Especiais

A gigante alemã celebra o centenário da primeira câmera 35mm com um ano repleto de inovações e produtos de luxo, mas será que valem o investimento?

O ano de 2025 marcou um momento histórico para a Leica, celebrando os 100 anos da icônica Leica I, a primeira câmera de formato 35mm. Além dessa efeméride, a renomada fabricante alemã não poupou esforços, apresentando uma avalanche de novas câmeras, lentes e as sempre cobiçadas edições especiais de seus produtos. Contudo, a pergunta que paira no ar é: os lançamentos deste ano justificam o prestígio e o alto custo da marca?

Inovações e Parcerias Estratégicas Fora do Núcleo Fotográfico

Antes de mergulharmos nos lançamentos de câmeras e lentes, é importante notar que a Leica expandiu seu alcance em 2025. Em fevereiro, a empresa lançou o Lux Grip, um acessório premium para iPhone que se integra ao aplicativo Leica Lux, além do relógio de luxo ZM 12. A parceria estratégica com a Insta360 foi renovada, resultando na câmera de ação Insta360 Ace Pro 2, que incorpora a tecnologia de imagem e ótica da Leica. Outra colaboração notável foi com a Capture One, fortalecendo o ecossistema digital da marca.

Um dos lançamentos mais surpreendentes foi o Monopan 50, o primeiro filme 35mm da própria Leica, que recebeu elogios por sua qualidade. Além disso, diversas edições especiais de câmeras e lentes, como as M11 City Edition e as Safari Edition, continuaram a atrair colecionadores e entusiastas, culminando em um quarto ano consecutivo de recordes de vendas para a empresa.

Três Novas Câmeras em Sistemas Distintos

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Em 2025, a Leica demonstrou sua versatilidade ao lançar três câmeras notáveis em diferentes sistemas. A Leica SL3-S, uma câmera híbrida de 24 megapixels, trouxe recursos como resistência a intempéries IP54 e funcionalidade C2PA. Apesar de suas qualidades, seu alto preço (US$ 5.665) e a semelhança com modelos concorrentes levantam dúvidas sobre seu custo-benefício, sendo descrita como uma “Lumix S5IIX com a marca Leica e uma experiência de usuário refinada”.

Um salto audacioso veio com a Leica M EV1, a primeira câmera da série M a incorporar um visor eletrônico integrado, abandonando o tradicional telêmetro. Essa mudança radical, embora polarizadora, oferece uma nova forma de experimentar o estilo Leica, tornando o sistema mais acessível em termos de usabilidade, mesmo mantendo um preço elevado. A M EV1 foi elogiada por sua capacidade em fotografia de rua e por oferecer uma alternativa funcional e com mérito dentro da aclamada linha M.

Fechando o ano com chave de ouro, a Leica Q3 Monochrom se destacou. Mantendo o design luxuoso e a lente Summilux 28mm f/1.7 ASPH. da Q3 padrão, a versão Monochrom adota um sensor de 60 megapixels sem filtro de cor Bayer. O resultado são imagens monocromáticas de nitidez excepcional e profundidade tonal ímpar, consolidando-se como uma das melhores câmeras full-frame disponíveis para amantes da fotografia em preto e branco.

Um Mar de Novas Lentes e Opções para Cinema

O portfólio de lentes da Leica também se expandiu significativamente. Para o M-System, o Summilux-M 50mm f/1.4 Classic Line foi relançado, resgatando o design e a fórmula óptica de um clássico de 1962, mas com melhorias em foco próximo e desempenho em aberturas menores. Para o L-Mount, o Vario-Elmarit-SL 28-70mm f/2.8 se apresentou como a lente zoom mais leve do sistema, ideal como kit para as SL3 e SL3-S, com um preço considerado razoável para os padrões Leica de US$ 1.890.

A divisão de cinema, Leitz Cine, também teve um ano agitado. O lançamento do Hugo 40mm T1.5 trouxe o espírito óptico da Leica para o cinema profissional, disponível em montagens LPL e L-Mount. Mais notavelmente, a Leitz Cine apresentou sua primeira linha de lentes projetadas especificamente para câmeras mirrorless: a Hektor, composta por seis primes T2.1 (de 19mm a 100mm) para Sony E, Canon RF, Nikon Z e L-Mount. Essas lentes buscam replicar o visual das M-Lenses de meados do século XX, com um toque de inspiração Petzval.

Avaliação Geral de 2025: Inovação com Preço Premium

Avaliar a Leica em 2025 é um exercício de ponderação. Por um lado, a empresa consistentemente lança produtos que oferecem experiências fotográficas únicas e um nível de qualidade inegável. A M EV1 e a Q3 Monochrom são exemplos brilhantes de como a Leica consegue inovar e, ao mesmo tempo, manter sua essência. Por outro lado, o preço elevado, especialmente da SL3-S, continua sendo um obstáculo significativo para muitos, questionando a justificativa de seu valor em relação à concorrência.

Apesar de não serem produtos para todos os orçamentos ou gostos, os lançamentos de 2025 da Leica reafirmam seu lugar como uma marca intrinsecamente boa e inovadora. A expectativa para o futuro é de que a Leica continue a explorar novas fronteiras ópticas, especialmente para seus sistemas M e SL, mantendo o padrão de excelência que a consagrou. A nota final para 2025 é um sólido B, reconhecendo a qualidade e a inovação, mas também a barreira de preço que define a marca.

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By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho