Novo Entendimento sobre LFBOTs

Astrônomos identificaram o mais brilhante evento conhecido como LFBOT (Luminous Fast Blue Optical Transient), um flash azul extremamente luminoso que desaparece rapidamente. Embora esses eventos sejam raros e causem grande fascínio, sua origem permaneceu um mistério por décadas. Uma análise recente do LFBOT mais brilhante já observado, nomeado AT 2024wpp, trouxe avanços significativos. Cientistas agora acreditam que esses flashes cósmicos são resultado de buracos negros destruindo massivos companheiros cósmicos, como estrelas.

O Fim de Teorias Antigas

LFBOTs são fenômenos cósmicos enigmáticos, com pouco mais de uma dúzia descobertos até hoje. Por muito tempo, debatia-se se seriam um tipo distinto de supernova ou causados por gás interestelar caindo em buracos negros. No entanto, o estudo do AT 2024wpp, realizado por uma equipe da Universidade da Califórnia, Berkeley, sugere que ambas as teorias estavam incorretas. A conclusão é que o evento, e possivelmente outros LFBOTs, são causados por uma ‘desintegração de maré extrema’, onde um buraco negro, com massa de até 100 vezes a do Sol, destrói completamente sua estrela companheira em poucos dias.

Uma Explosão de Energia Incomum

O flash azul capturado por diversas câmeras telescópicas foi a luz gerada por um evento cósmico extremo: um buraco negro despedaçando uma estrela. LFBOTs são eventos de poder colossal, visíveis a bilhões de anos-luz de distância e emitindo luz de alta energia, desde o espectro azul visível até ultravioleta e raios-X. Com base na luz emitida pelo AT 2024wpp, os cientistas determinaram que ele não poderia ser uma supernova, pois emitiu cerca de 100 vezes mais luz do que uma supernova é capaz de produzir. Observações do telescópio Gemini South revelaram um ‘excesso de luz no infravermelho próximo emitida pela fonte’, um fenômeno observado apenas pela segunda vez.

A Hipótese da Relação Parasitária Cósmica

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Natalie LeBaron, estudante de pós-graduação da UC Berkeley e autora principal da pesquisa, explica que a enorme quantidade de energia irradiada nesses eventos não pode ser explicada por uma explosão estelar comum. A principal conclusão do AT 2024wpp é que o modelo anterior estava errado. A hipótese atual sugere uma relação cósmica parasitária prolongada, onde um buraco negro em um sistema binário suga material de sua estrela companheira por um longo período. Quando a estrela finalmente se aproximou demais, foi despedaçada. O novo material foi arrastado para o disco de acreção em rotação, colidindo com o material existente e gerando a intensa luz em raios-X, ultravioleta e azul. Parte do gás da estrela também foi ejetada em jatos em direção aos polos do buraco negro, viajando a cerca de 40% da velocidade da luz e gerando ondas de rádio ao interagir com o gás circundante.

Observações Abrangentes e a Natureza da Estrela

A investigação do AT 2024wpp contou com uma vasta rede de telescópios, incluindo o Gemini South, o Chandra X-ray Observatory da NASA, o Swift-XRT, o NuSTAR, o ALMA, o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, o Australia Telescope Compact Array da CSIRO, o Ultraviolet/Optical Telescope (UVOT) do Swift e telescópios ópticos terrestres. Imagens do Telescópio Espacial Hubble também foram incorporadas. Os cientistas estimam que a estrela despedaçada tinha cerca de 10 vezes a massa do Sol e pode ter sido uma estrela Wolf-Rayet, uma estrela evoluída e muito quente que já esgotou grande parte de seu hidrogênio, o que explicaria a fraca emissão de hidrogênio observada no AT 2024wpp.

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By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho