A Dualidade que Definida um Herói
A saga do Demolidor ganhou contornos dramáticos com o retorno de Elektra Natchios, o primeiro grande amor de Matt Murdock. Essa volta trouxe consigo uma dualidade intensa, testando tanto a vida pessoal de Murdock quanto sua persona heroica. A questão que pairava era se a bondade do Demolidor seria capaz de redimir a assassina, ou se a escuridão de Elektra corromperia o herói.
A Assassina a Serviço do Rei do Crime
A situação se intensificou quando Wilson Fisk, o Rei do Crime, escolheu Elektra como sua principal executora. Uma sequência marcante dessa fase envolve o plano de Fisk para silenciar o repórter Ben Urich. Primeiro, Elektra eliminou um informante que vazava informações sobre o Rei do Crime, e em seguida, partiu para atacar o próprio Urich. Notavelmente, ela o feriu com suas famosas sais, mas o golpe foi contido pela roupa da vítima, um artifício da época para contornar as restrições do Código de Ética dos Quadrinhos, mas que criava um impacto visual singular.
Um Raio de Esperança e a Queda Definitiva
Matt e Elektra se encontraram em lados opostos, mas um lampejo de sua antiga conexão surgiu quando ela foi encarregada de assassinar Foggy Nelson, o parceiro de negócios e ex-colega de quarto de Matt. Ao reconhecê-la, Foggy a fez hesitar, demonstrando que ainda havia bondade nela. Contudo, essa epifania foi efêmera.
A Batalha Icônica e a Morte Inesquecível
O mercenário, um rival de Elektra, viu na eliminação dela uma oportunidade de provar seu valor para o Rei do Crime. A batalha entre os dois assassinos nas ruas de Nova York é um marco. Apesar da habilidade de Elektra, o Mercenário, com sua precisão mortal, a atingiu na garganta com uma carta de baralho, um golpe quase certamente fatal. Ferida, Elektra cambaleou e o Mercenário aproveitou para desferir o golpe final, imortalizando uma das imagens mais icônicas da Marvel.
O Legado de Elektra
Apesar do ferimento devastador, Elektra conseguiu rastejar até a porta de Matt Murdock, onde faleceu em seus braços. Sua morte teve um impacto profundo em Matt, assim como sua posterior tentativa de ressurreição pelo clã ninja A Mão. Frank Miller, em sua estreia como roteirista e artista de uma série contínua, demonstrou maestria na criação de personagens complexos e relacionamentos envolventes, transformando Elektra de uma mera inspiração em uma figura fascinante e multifacetada. A arte de Klaus Janson, que se juntou a Miller, contribuiu significativamente para a força visual e narrativa dessa era marcante dos quadrinhos.
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