Um Ano de Contrastes para a Fujifilm
O ano de 2025 para a Fujifilm tem sido marcado por uma diversidade de produtos que desafiam uma classificação simples. A empresa, conhecida por sua abordagem única no mercado de imagem, apresentou uma gama de lançamentos que variam de dispositivos divertidos, porém tecnicamente falhos, a equipamentos competentes, mas sem o brilho da inovação. Essa dualidade pode ser atribuída, em parte, ao estágio de maturidade em que se encontram as linhas de sensores de imagem da empresa, com as gerações atuais de X-Trans e os sensores GFX aproximando-se de um ciclo de renovação.
Câmeras GFX e X: Do Cinematográfico ao Nostálgico
A linha GFX recebeu atenção especial com a GFX Eterna 55, uma câmera cinematográfica de médio formato que utiliza o mesmo sensor de 102 megapixels de outros modelos, mas com uma velocidade de leitura mais lenta. Apesar de seu nicho específico, a Eterna 55 promete impactar o mercado de produção de filmes em grande formato. Em contrapartida, a GFX100RF surge como uma proposta mais acessível e com maior potencial de público. Inspirada na popular X100VI, esta câmera de médio formato com lente fixa de 28mm equivalente (f/4) oferece qualidade de imagem excepcional, embora a ausência de estabilização de imagem (IBIS) e a abertura f/4 possam ser pontos de atenção para alguns usuários. A decisão de abrir mão do IBIS foi justificada pela necessidade de manter um design compacto.
No universo APS-C, a X-Half se destaca pelo design retrô e a experiência de uso divertida, remetendo ao espírito da fotografia analógica. Apesar de sua popularidade e sucesso de vendas, a câmera é criticada pela qualidade de imagem de seu sensor de 18 megapixels. Em um extremo diferente, a X-E5 se apresenta como uma alternativa atraente para quem admira a X100VI, mas deseja a flexibilidade de lentes intercambiáveis. Com 40 megapixels, design inspirado em rangefinders e um dial dedicado para Simulações de Filme, a X-E5 é elogiada por sua qualidade de imagem e versatilidade.
Fechando a linha de câmeras, a X-T30 III oferece uma atualização iterativa, mantendo o sensor de 26.1 megapixels do modelo anterior, mas aprimorando o dial de Simulação de Filme, a performance de vídeo e o autofoco. Considerada uma câmera sólida e com bom custo-benefício, a X-T30 III representa a abordagem mais conservadora da Fujifilm neste ano.
O Desafio das Lentes: Menos Inovação, Mais Necessidade
O segmento de lentes da Fujifilm em 2025 não acompanhou o ritmo de inovações visto em anos anteriores. Foram lançadas apenas três novas lentes, sendo uma delas altamente especializada. O XF 23mm f/2.8 R WR é um prime compacto e acessível, ideal para as câmeras da série X. Já o XC 13-33mm f/3.5-6.3 OIS se destaca por ser a menor lente zoom da série X, oferecendo uma faixa de distância focal equivalente a 20-50mm. Ambas são adições bem-vindas, mas não geram o mesmo entusiasmo de lançamentos anteriores.
A única lente GFX de destaque é a GF 32-90mm T3.5 Power Zoom, a mais cara já lançada pela empresa para o sistema GFX. Com acabamento verde característico das lentes de vídeo da Fujinon, este modelo é voltado para um público específico de cineastas. A crítica aponta para a necessidade de atualizações em lentes mais antigas da linha XF, que poderiam se beneficiar dos avanços em sensores e autofoco.
Conclusão: Um Ano de Transição com Potencial para o Futuro
A Fujifilm em 2025 parece estar em um período de transição, preparando-se para a próxima geração de suas câmeras. Lançamentos como a GFX100RF e a X-E5 demonstram a capacidade da empresa de arriscar e inovar, enquanto a X-Half, apesar de suas falhas técnicas, celebra o lado divertido da fotografia. A falta de novidades empolgantes no segmento de lentes, no entanto, é um ponto de atenção. Com uma nota final C+, a Fujifilm mostra que, embora nem todos os lançamentos tenham sido um sucesso estrondoso, o potencial para inovações futuras permanece alto, deixando os entusiastas ansiosos por 2026.
![]()
