A Narrativa de Levi: Crenças Pessoais e o ‘Greylisting’

Zachary Levi, conhecido por seus papéis em “Shazam!” e na série “Chuck”, expressou recentemente sua crença de que está sendo marginalizado em Hollywood devido às suas convicções políticas e pessoais. Em entrevista à Fox News, o ator afirmou que a indústria do entretenimento tem “recuado” e que há pessoas que “não querem trabalhar com ele”. Levi citou especificamente sua oposição à eleição de Kamala Harris e seu questionamento a corporações como a Pfizer sobre informações divulgadas nos últimos anos como motivos para essa retaliação.

O ator se descreveu como “pró-ciência, pró-saúde, pró-humano” e libertário, argumentando que suas posições não são conservadoras, mas sim focadas na liberdade individual. Ele sugere que as políticas de esquerda muitas vezes não consideram esses valores, levando a uma sobreposição com o que ele percebe como valores libertários e conservadores.

O Que é ‘Greylisting’ em Hollywood?

O termo “greylisting” remete a um período sombrio em Hollywood, especialmente durante o final dos anos 1940 e início dos anos 1950, com o macarthismo e as investigações do Comitê de Atividades Antiamericanas (HUAC). Naquela época, o “blacklisting” significava o fim da carreira de um profissional, impedindo-o de trabalhar em qualquer estúdio. Já o “greylisting” era uma forma de marginalização menos severa, onde os grandes estúdios evitavam contratar o indivíduo, mas estúdios menores ainda poderiam oferecer trabalho. O ator Edward G. Robinson, por exemplo, teria passado por uma situação semelhante após ser acusado de ligações comunistas, sendo forçado a trabalhar em produções de menor porte.

O Desempenho Real: A Crítica do Box Office

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Apesar das alegações de Levi, a análise do desempenho de seus filmes recentes sugere uma explicação mais pragmática para a dificuldade em conseguir papéis de grande destaque. “Shazam!” (2019), embora tenha sido um sucesso inicial, arrecadando mais de US$ 360 milhões globalmente, teve sua sequência, “Shazam! Fury of the Gods” (2023), um desempenho decepcionante, com apenas US$ 135 milhões em bilheteria. Mais recentemente, “Harold and the Purple Crayon” (2024) não conseguiu sequer cobrir seu orçamento de US$ 40 milhões, arrecadando apenas US$ 32 milhões.

Antes de “Shazam!”, Levi era mais conhecido por seus trabalhos na televisão, como em “Less Than Perfect” e “Chuck”. Embora tenha participado de sucessos como “Alvin e os Esquilos: A Grande Festa” e “Enrolados” (em dublagem), e tido participações menores em filmes da Marvel como “Thor: O Mundo Sombrio” e “Thor: Ragnarok”, foi com o primeiro “Shazam!” que ele teve sua grande chance como astro de cinema. O fracasso da sequência e de “Harold and the Purple Crayon” pode ser o verdadeiro motivo para a dificuldade em emplacar novos projetos de grande porte, um padrão observado na indústria cinematográfica. Casos como o de Ryan Reynolds, que enfrentou dificuldades após o fracasso de “Lanterna Verde” e “R.I.P.D.”, antes de ressurgir com “Deadpool”, ilustram como o desempenho de bilheteria impacta diretamente as oportunidades de um ator em Hollywood, independentemente de suas crenças pessoais.

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By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho