Um Novo Olhar para um Clássico da Ficção Científica

A década de 90 foi um período fértil para a ficção científica no cinema, com ideias originais e remakes de propriedades que fizeram sucesso nas décadas de 50 e 60. ‘Perdidos no Espaço’, lançado em 1998, foi um desses remakes que, apesar de não ter sido aclamado pela crítica, conquistou o público e alcançou o topo das bilheterias. A produção apostou em uma abordagem mais voltada para a ação e em tons mais sombrios, distanciando-se da leveza da série original, mas mantendo o espírito de aventura e exploração espacial.

A série original, com suas viagens intergalácticas e a luta da família Robinson para retornar para casa, definiu um padrão para a ficção científica televisiva. No entanto, o filme de 1998 elevou as apostas, mergulhando em tensões familiares e dilemas existenciais em meio ao perigo do desconhecido. A trama acompanha os Robinsons em uma missão crucial para salvar seu planeta, mas um sabotador os lança no espaço antes do tempo, forçando-os a uma jornada inesperada e repleta de perigos.

Ação, Coração e um Robô Icônico

O filme se destaca não apenas pela ação eletrizante, com cenas de combate espacial e sequências memoráveis como a luta contra aranhas gigantes, mas também pela profundidade emocional. Diferente da série, que optava por um tom mais leve, o remake explorou as complexidades das relações familiares sob pressão, adicionando um centro emocional que culmina em um final surpreendente. O icônico Robô, com seu bordão “Perigo, Will Robinson!”, recebeu uma atualização impressionante, tornando-se um dos robôs mais carismáticos da ficção científica. Apesar de alguns elementos parecerem datados hoje, o filme captura a essência da ficção científica dos anos 90, com naves futuristas e o uso intrigante de viagens no tempo.

O Plot Twist Que Antecipou Seu Tempo

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A grande surpresa de ‘Perdidos no Espaço’ reside em seu clímax. Após um pouso forçado em um planeta desconhecido, a família encontra uma anomalia temporal. Will, o jovem protagonista, descobre uma bolha temporal onde encontra um homem mais velho, que se revela ser ele mesmo do futuro, trabalhando com uma versão mutante do Dr. Smith para impedir a missão de sua família. O choque não vem apenas da descoberta de que Will viajou no tempo, mas da revelação de que Smith se tornou um monstro e foi o responsável por orquestrar a morte da família de Will. Essa reviravolta, que funde o elemento humano com o alienígena de forma inesperada, foi inovadora para a época, explorando o tempo de maneira tangível através de portais dimensionais.

Uma Segunda Chance Merecida

Lançado em um período de remakes, ‘Perdidos no Espaço’ de 1998 foi injustamente criticado. O filme oferece uma aventura divertida com elementos de ficção científica que ainda hoje se sustentam, com destaque para a performance de Gary Oldman como Dr. Smith e Matt LeBlanc como Major West, que transita com sucesso entre o herói de ação e o alívio cômico. A ambientação sombria e a exploração do espaço como um lugar perigoso foram escolhas ousadas que, embora tenham alienado fãs da série original, conferiram ao filme uma identidade própria. Com um design de nave impressionante e ideias ambiciosas, ‘Perdidos no Espaço’ é um filme que, com um toque moderno, poderia facilmente se encaixar nos lançamentos atuais. Graças a recentes relançamentos em alta definição, o filme tem a chance de ser redescoberto como uma joia escondida da ficção científica dos anos 90, oferecendo uma alternativa aos temas distópicos que dominam o gênero hoje.

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By Arthur Willians

Um cara que já passou dos 30, mas ainda é viciado em animes e o mundo da ilustração digital. Agora com a nova meta de divulgar e incentivar o máximo que puder todos a acreditarem nas habilidades de desenho